Category Archives: Pensamentos

Não penso, ainda assim, existo!

Touro e MeninoNão penso; a parte isso, existo! Não posso retribuir afagos, mas posso sentir os teus. Não tenho como interferir em meu próprio destino. Se quer sei abanar o rabo em sinal de contentamento, porém, sinto a paz que me desejas. O que não me exprime a língua, transmito pelo semblante. Não ajunto, nem cultivo, não creio, nem duvido, todavia, aceito de bom grado tua oração. Não tenho como me elevar, pois não medito e nem oro, sou objeto de sacrifício em favor de teus semelhantes, os quais, bem diferentes de ti, pouco me respeitam, porém, tanto me desejam sobre as brasas ou sobre a mesa, para então, matar-lhes a fome ou também cobrir-lhes o corpo ou, ainda, calçar-lhes os pés. Me multiplicam aos milhares, sem me darem conta alguma. Tudo o que tenho é instinto, ou seja, apenas intuo, mesmo assim, existo! Consigo discernir entre a boa e a má intenção, por isso, ó pequena criatura, me sensibilizo por teu caráter e me submeto ao teu amor. Filhos de um mesmo Deus temos propósitos distintos e os cumprimos, de acordo com os desígnios que trazemos desde o ventre de nossas mães. Portanto, não me deves favor algum, mas por tua atitude, ó meu doce infante, a ti, toda a minha ternura!

Marcondes                       17 de Março de 2013                                             22:36

Aprenda a apreciar sem destruir!

Rosa na cerca

Bendita és tu, ó maturidade, que vens em socorro do meu caráter e conténs, em tempo, a força dos meus instintos. Tu que me ensinas a admirar o belo, sem que precise tocá-lo, que me levas a fechar os olhos, aspirando o doce aroma que se expande na brisa, inspirando me a alma e envolvendo me o espírito. Tu que me conténs a ânsia de apanhar a beleza encarnada que transpassa inocente os vãos da prudência. Minhas mãos calejadas e ásperas por mais zelosas que fossem a despetalaria. Ó flor delicada que prestes tu os teus favores aos cuitelinhos, estes sim, feitos para ti e à altura da tua delicadeza. Poder captá-la em minhas retinas já me é motivo de graça, até que cumpra teus propósitos e finde o seu tempo. Oxalá pudesse o homem entender o seu papel de cultivador dos canteiros do Senhor e jamais interferisse no curso natural da vida!

Marcondes                      13 de março de 2013            01:29

 

Assuma o leme do teu destino!

Mão de areiaVaza me o tempo ante meus olhos e fora do meu controle, levando-me os dias e a vida como a areia fina permeia meus dedos dispersos e se espalha ao vento, desperdiçando, assim, a esperança de que algo concreto venha a ser construído. Detenho me em fatos sem importância enquanto escapa me a essência dos maiores significados. Perco me em lembranças, abate me a nostalgia, cobro me das escolhas que deveria ter feito, ao tempo em que  falha me o zelo ao momento presente e, mais uma vez, o vagão da benção do dia, já se vai ao longe, sem carregar me em seu bojo. Ao dar me conta do que ora perco, já estarei no futuro, detendo me, novamente, em algum outro fato, que o tempo já terá sugado toda importância. Que a lâmina fértil da lucidez decepe os nós das rígidas amarras, que me mantém preso ao que já não posso alterar e me arremesse ao campo das batalhas da hora presente, para que minha espada transpasse todos os medos e aleije todas as ignomínias que me privam do que, em verdade, mereço.  Enquanto não sentares ao leme, serás sempre um ignóbil marujo do navio que herdaste dos céus, quando teu fôlego expandiu teus pulmões pela primeira vez.  Não baixe tua fronte ao impostor que ousa assumir o teu lugar na conduta de tua própria vida. Se tu o dono do teu destino, não se assombre com o tamanho das ondas, elas só servem para enobrecer o teu posto, ó insigne capitão!

 

Marcondes               03 de Março de 2013                                      22:18

Por que a chuva o aborrece?

Crianças na Chuva

Ó vida o que fizeste de mim? Por que tudo me aborrece? Seria eu que mudei ou tu que me mudaste? Por que meus motivos de alegria se converteram em pesar? Teria a, outrora sonhada, maturidade me cobrado o seu preço, ou eu que a corrompi de seriedade? Por que meu sorriso fácil se esconde de mim? Que faço eu aqui a deleitar me com fotos, que me devassam a memória e resgatam, da minha doce infância, amigos, que jamais soube, fariam tanta falta a esse ser profissional e sisudo que me tornei? Ou seria tu que me tornaste? Por que me privaste da imunidade da inocência! Ah! Se eu pudesse voltar a pular nas poças e correr nas enxurradas que escorrem em meio a esse infinito trânsito caótico, sem que me tomassem por louco! Quem me dera não me preocupar com o tempo, com os compromissos e com o peso da minha máscara de adulto; já que dentro do meu peito, bem dentro mesmo; ainda vive uma criança? Creio que me divertiria à beça! Até porque papai do céu é bem mais tolerante. Creio que Ele sorri quando tantos o materializam como um velho sério e de barbas brancas. Na certa deve ser uma criança encantadora e eterna, que jamais envelhece. Porque escolheria Ele outra forma, se o melhor que pode haver naqueles a quem chama de Sua imagem é ser criança?

Marcondes              01 de março de 2013                                                  02:15

A felicidade está no modo de olhar!

Media e pão com manteiga

Embora seja um objetivo tão universal, há quem passe toda uma vida buscando a felicidade , sem nunca encontra-la. Gastam o que podem e  o que não podem, investem o que tem e o que não tem e quando falta, parcelam; e tudo a fim de obtê-la. Quando imaginam que finalmente a alcançaram, na manhã seguinte  se dão conta de que a ingrata já se foi. Partiu no breu da noite do mesmo dia, quem sabe para uma casa ao lado. Não leva em conta os sacrifícios feitos para encontra-la. E assim, tudo recomeça, numa espiral  sem fim de humores voláteis , que se expandem ao dilatar das pupilas  e se contraem ao ressecar da garganta. A Felicidade parece ser uma mutante inveterada , um virtual  oásis  que se dissipa ante  olhares incrédulos, cuja inacessibilidade urge  das fomes antigas e insaciadas, dos desejos insatisfeitos, dos egos feridos, das carências mal tratadas, da baixa autoestima, entre tantos outros alucinógenos, que, por sua vez, se encarregam de catalisar os sentimentos de impotência das pessoas, dadas as tantas investidas infrutíferas a procura da mesma. Gerações se perdem nessa odisseia insana, que sobrepõe ostentações cada vez mais sofisticadas, porém estéreis, no sentido de oferecer felicidade perene, enquanto  isso, essa pseudo vilã sorri da  coletividade ingênua , cuja vaidade a impede  de desfruta-la nas coisas mais simples da vida!

Marcondes    19 de Fevereiro 2013              texto concluido aprox às 02:00  revisado às 08:35

Que tua alegria transponha o carnaval!

Sorriso de Criança

Para alegra-se  não é preciso muito. Basta receber um sorriso  sem culpa  e desprovido de malícia, desses que  transpassam a alma  pela pureza que traduzem e, assim, arrebatam até os espíritos  mais cautelosos. Um sorriso   natural e límpido ante o qual até a fera  mais temerosa se curvaria em respeito, por encontrar nele a  imagem e a semelhança do amor real e sem qualquer preconceito, tão típicos nos recém nascidos.  Um sorriso que  irradia luz,  sem nada  exigir, desses  sorrisos,  que diluem corações de pedra  e  resplandecem em graça, sem ter consciência do poder que possuem. Expressão sincera de contentamento que a humanidade parece ter esquecido.  Tão delicado  que exala o perfume  da  total  inocência . Ainda que lhe  ornem à revelia do que poderia pensar na maturidade, nada importa, pois  a felicidade espontânea lhe ilumina o rosto ao receber as boas vindas de alguém  tão parecido com  quem há tão pouco tempo  lhe disse : Vá meu amado, que tenhas uma boa viagem e ao regressar , não te esqueças de me trazer de volta o mesmo sorriso!

Marcondes            10 de Fevereiro de 2013        01:49

Até que me torne um fóssil!

Tona D Agua

Me apaixonei por Netuno, me deixei seduzir por Posseidon , entendi o encantamento de Narciso, tudo por tua causa. Sem ti, nada posso ser.  Não sobreviveria  sem ti. Estou à mercê de tua  majestade. Tu que me banhas o corpo, que me lavas os pés, me refrescas a fronte e me baixas a febre. Tu minha amada, que me sacias  a sede e preparas meu alimento. Tu que na aspersão me salvas e na imersão me libertas. Ó doce  criatura; seiva de fecundidade e vida! Ó fonte natural de gozo; alegria wireless e sem efeitos colaterais de todas as crianças bem nascidas! Reino submerso; colossal abismo, me manténs à tona! Teu seio me nutre de várias maneiras! Quem é este que não se curva  ante tua falta? Compreendo tua fúria, me deleito na tua  serenidade.  Em doses, em fluxos, em ondas ou marés, por onde quer que escoes, assim me levas. Tu, que ao sabor do vento me transportas, une margens, arrebanha continentes, encurtando distâncias, unindo amores e esperanças,  és total! Dormirei  nos teus braços cálidos a acalentar paixões. Perdoe-me pelo que não faço para evitar as máculas, a ti impostas pelos que não conhecem a tua profundidade!  Pelo que tu és, não poderias ter sido concebida  por outras mãos, nem fluido de outros dedos se não daqueles que indicam o rumo das nuvens, a direção dos ventos  e o caminho das tempestades. Querida irmã, que haja tempo para que todos possam lhe retribuir pelo tanto que tu nos concedes! Em tua superfície , repouso e sonho! Bem mais que os homens, que os anjos do Senhor te protejam!

Marcondes       05 de Fevereiro de 2013                01:27 

 

A espera de quem amo!

Menininha pensativa

A espera de quem amo fico na janela, contudo, já não creio em promessas, pois aprendi que nada significam, são apenas subterfúgios para desviar me a atenção do que, em verdade, tanto me faz falta; hoje. Contudo, enquanto eu for criança continuarei crendo; enquanto eu for criança. Urge que algo seja feito, no entanto…, no entanto só me cabe esperar, pois a essa altura de minha vida nada posso em meu próprio favor, ainda não estou pronta para substituições e alternativas que possam me dopar da ausência de quem amo. Ah! Se eu pudesse trocar todo o meu futuro por uma meia hora de hoje com o meu amor! Há tanta reserva em meu coração, há tantas palavras em meu peito, que chegada a tão esperada hora, acelero de mais. Mal sei por onde começar. Por fim me atropelo toda, pois os momentos são tão escassos, mas o que posso fazer? Tenho um baú tão cheio de bonecas, contudo seus olhos não brilham e creio que todas faltaram às aulas de acalanto. Não me contam histórias, não me envolvem em seus braços e também não têm colo! Demoro a pegar no sono à espera de quem amo! Todavia esperarei. Sim! Esperarei enquanto não me vença o sono, enquanto não me passa a inocência, continuarei aqui à espera de quem amo. Ó heróis de minha vida, ó alicerces do meu porvir, ó amigos tardios, ó vacina dos meus medos, ó luz dos meus passos, ó abraço fraterno, vem logo pois!

Marcondes           23 de Janeiro de 2013             01:38

Para voar, não basta ter asas!

Asas não basta

Certos níveis elevados de realização só são possíveis àqueles capazes de reinventar-se. A contínua evolução reside na eterna insatisfação. Se é verdade que o homem é fruto de suas crenças, enquanto houver apego, não haverá evolução. Ao incapaz de renascer resta a conformidade com o que tem. Quem estiver apaixonado pela própria história já terá alcançado o suficiente de si mesmo. Aquele que se acredita cem por cento certo, já selou o próprio destino e o que se imagina cem por cento errado, se quer nasceu. Reconhecer outras possibilidades, enxergar um mesmo desafio sob novas perspectivas, ouvir mais do que a própria voz só é possível aos verdadeiros líderes. Ceder apenas para conciliar é um erro, não ceder apenas para demonstrar poder é pura ignorância. Muitas vezes o consenso é apenas consenso e nada mais do que o consenso. Nem sempre a discórdia encerra uma inverdade. De modo geral, o silêncio é sinal de incompetência, todavia, há momentos em que denota grande sabedoria. Para muitos a eloquência é sempre sábia e foi por esse meio que tantos foram levados ao holocausto. A borboleta só voará quando morrer a lagarta. Todas as aves tem asas, contudo, poucas dominam o vento e as alturas. Isso explica porque não se encontram águias nos açougues de supermercados. 

Marcondes                                                                  10 de Janeiro de 2013

Em 2013 seja belo, mesmo sem ser lindo!

Janus  foi um deus romano, estranho e feio a meu ver, que deu origem ao nome do mês de Janeiro. Janus tinha duas faces, uma olhando para a frente e outra para trás. Assim e desde então, em 1º de Janeiro estaremos nós divididos, com metade do nosso ser voltado para a retrospectiva do que nos ocorreu no ano que se foi e a outra metade voltada para nossas expectativas, em relação ao ano que se inicia. Como mortais e não deuses; do passado “pensamos “ tudo saber, ao tempo em que do futuro, “cremos“ poder, apenas, suspeitar; e assim o é, quando tomamos por pressuposto a lógica, tão aclamada por Aristóteles, ou a razão, tão presente no pensamento de Montesquieu.

Read More