Assuma o leme do teu destino!
Vaza me o tempo ante meus olhos e fora do meu controle, levando-me os dias e a vida como a areia fina permeia meus dedos dispersos e se espalha ao vento, desperdiçando, assim, a esperança de que algo concreto venha a ser construído. Detenho me em fatos sem importância enquanto escapa me a essência dos maiores significados. Perco me em lembranças, abate me a nostalgia, cobro me das escolhas que deveria ter feito, ao tempo em que falha me o zelo ao momento presente e, mais uma vez, o vagão da benção do dia, já se vai ao longe, sem carregar me em seu bojo. Ao dar me conta do que ora perco, já estarei no futuro, detendo me, novamente, em algum outro fato, que o tempo já terá sugado toda importância. Que a lâmina fértil da lucidez decepe os nós das rígidas amarras, que me mantém preso ao que já não posso alterar e me arremesse ao campo das batalhas da hora presente, para que minha espada transpasse todos os medos e aleije todas as ignomínias que me privam do que, em verdade, mereço. Enquanto não sentares ao leme, serás sempre um ignóbil marujo do navio que herdaste dos céus, quando teu fôlego expandiu teus pulmões pela primeira vez. Não baixe tua fronte ao impostor que ousa assumir o teu lugar na conduta de tua própria vida. Se tu o dono do teu destino, não se assombre com o tamanho das ondas, elas só servem para enobrecer o teu posto, ó insigne capitão!
Marcondes 03 de Março de 2013 22:18