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O que pode ser, verdadeiramente, justo?

A vida é apenas um sopro, mas toda criatura, deste mundo, tem igual direito a ela. Para viver, todo ser vivo precisa alimentar-se, caso contrário morrerá. Há mais de uma maneira de se obter alimento. Uma delas é caçando. Caçar nem sempre resulta em sucesso. Alguns dias são reservados à caça e outros ao caçador. Caçar implica em se ter uma estratégia de caça. Para tanto, alguns se penduram em galhos de árvores, outros, todavia, usam pólvora. São muitos os que se alimentam de aves. Frangos, por exemplo, são aves. Entre as aves, todas, haveria alguma que teria mais direito à vida? Para garantir a perpetuação da espécie, as aves põem ovos, mas ovos também são alimento para muitos. Seriam os ovos de uma ave mais nobres do que os de outra? Supõem-se que uma ave rápida ante a uma cobra ligeira, tenha mais chance de preservar a vida do que se pensa; dado o número superior de tais aves em relação ao de cobras ligeiras que há na terra. Já aves mais lentas e criadas em cativeiro, não tem chance alguma ante ao seu típico predador. Mas, seria justo não ter qualquer chance? Entre os justiceiros, conhecedores do bem e do mal, são incontáveis os que estão dispostos a salvar o pássaro rápido e esmagar a cabeça da cobra, mas nenhum deles interessado em fazer o mesmo com o predador do frango cativo, a menos que esteja fora de seu juízo natural. Tal dissertação, embora possa parecer, não tem a intensão de defender a cobra, tão pouco de poupar os frangos cativos, apenas demonstrar que entre uma ave e uma cobra há muitas possibilidades de reflexão.  Por um lado, me parece ser algo absolutamente inútil e temo estar fazendo o distinto leitor desperdiçar o precioso tempo, já que aquele que é capaz de ler, não é ave, muito menos cobra (no sentido denotativo da palavra), por outro lado, ajuda a compreender porque os reis mais nobres da antiguidade alimentavam-se apenas de cereais, pois o alimento desses reis não podia custar a vida, nem o sangue de nenhuma criatura.

Teu desejo: Realidade ou Projeção?

Reza a história que certa vez um homem, cansado de ouvir de seus amigos, os dissabores que passavam, com suas respectivas esposas, decidiu que só se casaria se encontra-se, para si, a mulher ideal. Assim, vendo que se aproximava a idade em que também deveria constituir uma família, partiu em busca da mulher ideal. Investiu anos de sua vida a procurá-la, até que finalmente a encontrou em uma pequena cidade do norte da Babilônia. Ao narrar isto para seus discípulos, estes se manifestaram: — Uau!! Que bárbaro! E daí? Você se casou com ela? (Sim; Bruno Mazeo; a pergunta foi essa mesmo. Eles não eram Brasileiros) Ao que o incansável buscador respondeu: —  Não. Infelizmente não me casei com ela. Ora, mas por quê? Replicaram os discípulos. —  Ocorre que ela estava também à procura do homem ideal e que, por acaso, este não era eu!

Quando se quer apenas passar o tempo, o padrão de exigência costuma ser menos rigoroso, contudo, não conheço um (homem ou mulher) que na hora de encontrar alguém para o resto da vida, não almeje a pessoa ideal, ou seja, o marido ou a esposa “Nota Dez”. O problema é que, muitas vezes, quem está exigindo “Dez”, talvez, não passe de “Cinco e Meio”! Há, é claro, aqueles que ao encontrar um “Cinco”, já pensem estar diante do “Dez” e outros, que estão com o “Dez” nos braços, mas não lhe atribuem mas do que “Cinco”, ou seja, têm olhos, mas não vêem, tem ouvidos, mas não escutam.

Não tenho esperança que esse estado de coisas venha a mudar, mas será quase impossível que o ideal de um, seja, também, o ideal do outro. Este fato, não deve nos conduzir ao conformismo, mas há grandes indícios de que o ideal nunca estará pronto, pois não é algo para se encontrar e sim algo para ser construído em conjunto. Talvez alguém aprenda a construir o ideal sozinho e quando a obra estiver pronta, dar-se-á a ela o nome de “Narciso” ou, quem sabe, de “Egoísmo”! Contudo, a todos aqueles que aprenderem a construir um ideal a dois, a esse ideal dar-se-á o nome de “amor”, uma palavrinha de apenas quatro letras, tão curta como a equação de Einstein (e=m.c²), porém, tem potencial para levar a humanidade a uma nova dimensão. Amar não implica em ser escravo, mas também está longe de ser senhor. No campo do “amor”, muitas vezes, quando se perde, se ganha e, outras vezes, quando se ganha, se perde! A verdadeira lógica do “amor” não vem da esquerda; nem da direita; vem do alto!

Não se chega ao “amor” sem renúncia, sem desapego, sem empatia, sem propósito de vida, sem sabedoria, sem paciência, sem caridade, sem esperança, sem coragem, sem auto-estima, sem perseverança, sem fé, em fim, não se chega ao “amor” sem “Deus”, uma palavrinha de apenas quaro letras.

 

A fome que o povo tem mas não sabe!

Há algum tempo tenho refletido sobre  Sêneca, Nietzsche, Epicuro, Sócrates, Platão, Aristóteles, Tales de Mileto, Heráclito, Demócrito, Anaximandro, Parmênides, Zenão de Cítio, Schopenhauer, Montaigne, Spinoza, Pascal, Lobato, Agostinho, Tomás de Aquino, João da Cruz, Kant, Azevedo, Kafka, Dostoiévski, Aurélio, Rumi, Alisha, Osho, Verne, Pessoa, Kundera, Gibran, Hosseini, Descartes, Capra, Isaias, Rosa, Krugman, Ezequiel, Michaelis, Blanchard, Bacon, Meirelis, Daniel, Bechara, Samuel,  Luft, Jó, Davi, Mateus, Marcos, Lucas, João, Goethe, Neemias, Chapman, Queiroz, Warren, Quintana, Houais, Andersen, Grimm, Fontaine, Esopo, Salis, Shah, Gaiarsa, Nee, Stott, Alencar, Cloud, Freud, Pires,  Jung, Lacan, Vries, Gandhi, Eleanor, Lucado, Ferry, Cícero, Homero, Ovidio, Shakespeare, Botton, Tolstói, Blake, Lispector, Epicteto, Tchekov, Alves, Brecht, Mann, Nascentes, Trotsky, King, Hill, Piaget, Meyer, Hugo, Goleman, Key, Quinn, Alexandre, Napoleão, Coelho, Orwell, Curi, Maquiavel, Marx, Sade, Hunter, Hinn, Cristo e penso: Oh! Deus estenda meu dias de lucidez!  O desjejum ja o devorei como um cão faminto, não me prive de cear contigo no cair da noite!

O descanso já é nobre por si só!

Criado sob a égide de que o trabalho enobrece o homem, convicto de que é com o suor do rosto que se ganha o pão, ciente de que a competição pela vida se vence fazendo mais, treinando mais, estudando mais, se dedicando mais, caprichando mais. Torna-se o homem tão disponível ao trabalho, e por tanto tempo, que tal disponibilidade acaba por consolidar-se em obrigação. Cada indivíduo é um átomo ativo do capitalismo. Afinal, alguém precisa acelerar a economia. Quanto mais ocupado maior o status, maior a autoridade, mais elevados os ganhos financeiros, maiores são as posses, maior o poder de sedução, maiores as concessões para a vaidade. Nascido para vencer, para vingar-se da origem singela, para saciar a fome antiga, para convencer o mundo sobre sua superioridade e poder de liderança, não há tempo a perder, nem a socializar. O êxito profissional requer planejamento, organização, direção e controle. Mas, seria só ele o requerente de tais ações? E a vida, essa que é única, a esfriar o café, a empoeirar as esperanças, a sacrificar convívios, a embaçar a visão, a ensurdecer os ouvidos, a criar sulcos na face, a pratear os cabelos e a perder o sábado. Esse que um dia já foi consagrado ao descanso e à adoração!

Tuas atitudes revelam o teu caráter!

Por onde passa, o homem deixa vestígios; sinais do seu estado de humor, da sua magnanimidade, da sua inteligência, do seu equilíbrio, do zelo e do trato que confere àquilo que se submete a fazer. Tais rastros, dão pistas de sua índole, de sua racionalidade, de sua expertise e da importância que confere a si mesmo e ao seu entorno. Para tanto, nem se necessita, se quer, buscar por suas respectivas publicações no facebook, pois este vem ha milênios deixando fortes pegadas de seu caráter ao longo da história. Perdendo o equilíbrio, muitas vezes, não cumpre os próprios propósitos, esses que lhe cabem como criatura inteligente e, por conta disso, ainda impede que outros seres e elementos cumpram os seus. Supostamente, dotado de inteligência, pode com o tempo encontrar o caminho da serenidade e da excelência no saber, mas isso, só  ocorrerá, se, por ventura, tal intento vier, algum dia, a lhe ser motivo de foco e preocupação. Animado e sábio, poderá revisitar certezas, rever posições, remover preconceitos, reconstruir-se em novas bases intelectuais, reeducar-se; recolocar-se sob novos pontos de vista, em relação a temas sobre os quais era absolutamente cético, em fim, recomeçar a vida. Ao inanimado, contudo, resta curvar-se à força do homem e deitar a cabeça na eternidade, por mais incômoda que lhe seja a posição, até que a mãe natureza o acolha novamente no seio de sua bondade, para que, quem sabe, em um longínquo futuro, tenha uma nova chance de cumprir um propósito mais nobre  do que aquele,  a ele, imposto pelo homem insensato.

O desafio da diversidade!

Tudo é estranho se foge à compreensão. A uma tribo de iguais, tudo é extravagante, se escapa dos limites instituídos, por ela mesma, para que a igualdade se estabeleça. O medo inato de enfrentar o desconhecido faz com que a semelhança se transforme em uma zona de conforto. Assim, tudo o que destoa do que for comum e convencionado, tende a ser discriminado. De modo geral, é da incompetência de lidar com a diversidade, que nasce o preconceito.  O medo de contaminar-se e ser levado à paixão pelo que houver de bom no lado diferente, leva ao desejo coletivo e alucinado de se extinguir  os divergentes.  Para muitos, tal eliminação é preferível à perda de apoio da tribo. Ocorre que a coragem de ser autêntico, pode levar alguém à divergência do que estiver estabelecido como o melhor para todos; ainda que esse melhor seja um equívoco. Alguém poderia ser condenado pelo simples fato de ser diferente? Todos vêm ao mundo por graça, e do próprio mundo herdam suas convicções. Tudo se origina no berço de boas (ou más) vindas e nas referências que estiverem mais próximas ao rebento. Sendo o homem um animal social, por essência, toda imperfeição social, de um modo ou de outro, será fruto da imaturidade da própria sociedade e vice-versa; embora nem todos aceitem esse fato. Tão importante quanto a própria liberdade de escolha é entender e respeitar o direito que cada um tem, de também escolher com independência

Para ser homem é preciso ser humano!

Valha me pedra da tua dureza. Valha me granito da tua frieza! Valha me rocha da tua firmeza! Valha me aço da tua indiferença! Valham-me todos vocês que não sentem dor, desprezo ou saudades! Valham me vocês sem alma nem espírito! Valham me todos vocês que nada precisam provar ou honrar! Vocês que não se expandem em júbilos, quando nas vitórias; nem se encolhem aos soluços, quando nas derrotas, pois por nada precisam lutar! Valham me todos vocês sem sentimentos, que não se ofendem por humilhação, nem por falta de reconhecimento; vocês que não se sensibilizam com a humildade, não se emocionam com a fraternidade, não se apaixonam pela inocência, nem se submetem às paixões! Valham me todos os que não se revoltam com as injustiças, nem com a hipocrisia! Vocês todos que não sabem o que é fome, sede, frio ou escuridão! Valham me corpos celestes, cujas órbitas e rotas próprias, em nada dependem do sentir!  Valham me todos vocês que não se alteram com as ofensas, não se animam com os elogios, sequer sabem o que é o amor! Valham me seres inertes! Valham me todos vocês , se querem que eu  renuncie a minha extraordinária e maravilhosa  condição de ser : humano! Se uma lágrima furtiva te chega sorrateiramente aos lábios é porque vives ! Não permita que a vaidade te prive da felicidade que encerra o ato de  poder  viver, sincera e intensamente! Só não chora o homem que não aprendeu a ser gente!

Não basta ser belo para ser feliz!

Li no mural de Caroline que é preciso deixar que a vida nos despenteie, pois em quase tudo o que nos dá mais prazer acabamos por desalinhar os cabelos e, se não o temos, ao mínimo, desalinhamos a rígida compostura. De todos os sentidos é provável que aquele que nos exerce maior fascínio seja a visão. Quem é esse que não se deixaria arrebatar pela encarnação da beleza física? Quanto equilíbrio não é necessário para se evitar o encantamento que nos impõe a superfície externa? A beleza que mais seduz é aquela que se pode tocar. Muitos são os que por ela se anulam ou se escravizam. Contudo, entre todas as belezas essa é aquela que, talvez por ciúmes, o tempo é mais impiedoso. Eis aí um bom motivo para se investir também na beleza interior, pois embora menos tangível aos olhos – é verdade – contra ela o tempo nada pode. Creio que era por isso que na Grécia antiga ambas as belezas eram tão cultuadas e àqueles, homens ou mulheres, que mutuamente as possuíssem, reservavam-se os títulos de deuses. A beleza sem inteligência é inconsequente. A inteligência sem beleza é, por vezes,  falta de zelo! A beleza física, por si só, nem sempre é suficiente para fazer alguém feliz, mas a beleza interior, quase sempre o é! Beleza física é uma consequência genética e, portanto, não disponível a todos os que a ela tanto desejam, já a beleza interior pode ser construida, pois se origina na sabedoria. Para tanto, depende basicamente do quanto se investe na busca do saber. Uma pessoa bonita e sábia torna-se irresistível, mas para alguém desprovido de beleza física que não seja – ao menos em certo grau – sábio, a vida será insípida e inodora. Nos relacionamentos, enquanto a beleza física garante a quantidade, a beleza interior garante a qualidade. De modo geral ou pelo menos a maioria das pessoas querem a beleza física na cama, entretanto não se sentem tão seguros em tê-la no altar. A beleza interior é certeza de boa companhia em todas as circunstâncias. Nas horas de aflição e no por do sol, a beleza física será de pouca serventia, porém a beleza interior é companheira eterna; servirá de luz a livrar teu pé do tropeço.  Quem me ensinou tudo isso? Os filósofos feios!

Recupere a coragem de enfrentar a chuva!

A ansiedade é uma grande sugadora de energia. Muitas vezes, bastam rumores de que o clima vai piorar para que subam os níveis de adrenalina na corrente sanguínea de muitos; elevando ainda mais seus índices de tensão nervosa, que em geral já se equilibra no fio da navalha. A tensão é um moto-perpétuo ante a ausência de autoconfiança. Nem sempre nuvens pretas se convertem em tempestade e nem raios só caem quando há chuva.  Contudo, na maioria das situações turbulentas, o estresse emocional faz mais estragos  do que a turbulência em si. Preocupar-se em demasia bloqueia a paz de espírito necessária ao senso criativo. Quem por demais se preocupa, mais se alucina do que em verdade vê. Seja precavido e acerque-se  de parceiros em quem possa confiar, contudo, esteja certo de que nem a chuva forte, nem o sol intenso pode abalar as estruturas do que for construído sobre os firmes alicerces da razão e da boa fé. Nenhum perigo é menor do que o tamanho que a ele atribuímos. De nada valem as armas e os recursos quando falta a coragem!

Cuide bem da sua imagem!

A aparência é o espelho da alma, imagem do estado de espírito de cada um, homem ou mulher. Se original, revela o que somos; se plágio, denuncia o que desejamos ser. Se autêntica denota autoestima e contentamento com o que se vive; se cópia, enfatiza a insatisfação com a autoimagem e dá pistas do que se quer viver. Por ela identifica-se uma era, uma época, uma tribo, uma classe social, uma cultura, uma tendência, um país, um caráter. Linguagem subliminar, explicita tanto o amor que se tem, quanto aquele que se deseja ter. Quando natural, expõe a realidade; quando artificial, externa o sonho. Quem é o que em verdade  é, de fato vive. Quem não é o que aparenta ser, se ilude. Cabe a cada um a escolha sobre  que lado  ficar!