Reza a história que certa vez um homem, cansado de ouvir de seus amigos, os dissabores que passavam, com suas respectivas esposas, decidiu que só se casaria se encontra-se, para si, a mulher ideal. Assim, vendo que se aproximava a idade em que também deveria constituir uma família, partiu em busca da mulher ideal. Investiu anos de sua vida a procurá-la, até que finalmente a encontrou em uma pequena cidade do norte da Babilônia. Ao narrar isto para seus discípulos, estes se manifestaram: — Uau!! Que bárbaro! E daí? Você se casou com ela? (Sim; Bruno Mazeo; a pergunta foi essa mesmo. Eles não eram Brasileiros) Ao que o incansável buscador respondeu: — Não. Infelizmente não me casei com ela. Ora, mas por quê? Replicaram os discípulos. — Ocorre que ela estava também à procura do homem ideal e que, por acaso, este não era eu!
Quando se quer apenas passar o tempo, o padrão de exigência costuma ser menos rigoroso, contudo, não conheço um (homem ou mulher) que na hora de encontrar alguém para o resto da vida, não almeje a pessoa ideal, ou seja, o marido ou a esposa “Nota Dez”. O problema é que, muitas vezes, quem está exigindo “Dez”, talvez, não passe de “Cinco e Meio”! Há, é claro, aqueles que ao encontrar um “Cinco”, já pensem estar diante do “Dez” e outros, que estão com o “Dez” nos braços, mas não lhe atribuem mas do que “Cinco”, ou seja, têm olhos, mas não vêem, tem ouvidos, mas não escutam.
Não tenho esperança que esse estado de coisas venha a mudar, mas será quase impossível que o ideal de um, seja, também, o ideal do outro. Este fato, não deve nos conduzir ao conformismo, mas há grandes indícios de que o ideal nunca estará pronto, pois não é algo para se encontrar e sim algo para ser construído em conjunto. Talvez alguém aprenda a construir o ideal sozinho e quando a obra estiver pronta, dar-se-á a ela o nome de “Narciso” ou, quem sabe, de “Egoísmo”! Contudo, a todos aqueles que aprenderem a construir um ideal a dois, a esse ideal dar-se-á o nome de “amor”, uma palavrinha de apenas quatro letras, tão curta como a equação de Einstein (e=m.c²), porém, tem potencial para levar a humanidade a uma nova dimensão. Amar não implica em ser escravo, mas também está longe de ser senhor. No campo do “amor”, muitas vezes, quando se perde, se ganha e, outras vezes, quando se ganha, se perde! A verdadeira lógica do “amor” não vem da esquerda; nem da direita; vem do alto!
Não se chega ao “amor” sem renúncia, sem desapego, sem empatia, sem propósito de vida, sem sabedoria, sem paciência, sem caridade, sem esperança, sem coragem, sem auto-estima, sem perseverança, sem fé, em fim, não se chega ao “amor” sem “Deus”, uma palavrinha de apenas quaro letras.
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