Ler e escrever são funções básicas para alguém evoluir tanto profissional como culturalmente. Por meio da escrita, muito conhecimento e muita cultura podem ser transmitidos. Contudo, de um lado é preciso alguém que escreva bem e do outro alguém que saiba interpretar, corretamente, tudo o que foi escrito, tanto nas linhas, quanto nas entrelinhas, tanto no que estiver explícito, quanto no que se encontrar implícito. Quanto mais se lê, principalmente os grandes escritores, mais se aprende a escrever. Apesar disso, os melhores interpretes não são apenas aqueles que interpretam a escrita. Grandes interpretes interpretam bem um semblante, um sorriso, um leve toque, um sentimento, um desejo, um simples brilho do olhar. Atentos a pormenores, interpretam bem a forma, o aroma, o gosto, a cor, a aspereza; substâncias que compõem o sentir e o prazer. Interpretes mais refinados interpretam também a natureza genitora de tantas belezas, que por meio de geometrias e matizes induz às prioridades de escolha. Tudo tão explícito quanto um kam-bam botânico, de modo que todo ser animado, a começar pelos pássaros, estes que nada leem e nada escrevem, rapidamente aprendem a colher primeiro o vermelho, pois ali se encontra o melhor dos néctares. O amarelo torna-se alternativo e o verde, com certeza, pertence ao porvir. É imprescindível vencer a rebeldia do verde, para que tenha lugar o amarelo. É essencial acomodar as incertezas do amarelo para se chegue ao vermelho maduro. Vibrante e vivo como sangue, esse atrai pela cor e pelo conteúdo intenso. Rubro fruto, ao colocar-se à mercê de insetos, pássaros, animais e humanos, cumpre assim o seu propósito de vida, possibilitando semear verdades e alimentar esperanças. Deste modo, nota-se que quanto mais dedicado for o intérprete, mais poderá entender da vida e seus mistérios, contudo, só os interpretes mais amorosos e mais plenos de fé poderão interpretar a Deus.
Marcondes 29 de Julho de 2013 03:09
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