Muitas vezes a falta de comparação nos faz pensar que somos suficientemente bons. Esse é um dos motivos que justificam a prática do Benchmarking, técnica que consiste em um processo contínuo e sistemático de comparação da performance das organizações em suas respectivas funções ou processos, em face do que possa ser considerado referência no tema de interesse. A título de exemplo, esses tópicos podem ser: qualidade, produtividade, custos de produção, total cicle time(ciclo total de produção de um determinado produto), índice de refugo, giro de estoques, desempenho logístico, entre outros. A adoção desta prática visa não apenas a equiparação dos níveis de desempenho considerados padrão, mas também a sua ultrapassagem. A curiosidade histórica do termo vem das marcas(“marks”) que os viajantes deixavam nos bancos (“bench”) de descanso para indicar a que distância estavam de Roma (a referência).
Benchmarking à parte, recomenda-se também que toda oportunidade de participar de seminários, congressos, feiras, visitas, treinamentos, encontros, viagens de cunho técnico, além de conversas e interações com outros profissionais do mesmo ramo de atividade, não seja desperdiçada. Estas ocasiões permitem aos participantes questionarem as próprias certezas, colocando seus pontos de vista em perspectiva. Profissionais da área médica, por exemplo, participam anualmente de congressos, com o objetivo de atualizarem-se sobre recentes pesquisas ou para apresentar resultados das próprias pesquisas. Essa prática contribui para a evolução e troca constante de conhecimento que auxiliam o aprimoramento contínuo das técnicas de trabalho.
Na área da engenharia, no entanto, este hábito não é tão difundido. Após deixarem as salas de aula, engenheiros e técnicos entregam-se às intensas rotinas de trabalho. Enfrentam os desafios diários, discutindo internamente os problemas de produção e, valendo-se da lógica e da criatividade que lhes são peculiares, resolvem, mais uma vez, problemas que outros já haviam resolvido,ou desenvolvem soluções inovadoras que ninguém jamais havia pensado, mas que ficam restritas ao seu próprio entorno. Obviamente, uma solução patenteável,ou que garanta uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes, não deve mesmo tornar-se pública. Ocorre, no entanto, que a partilha de uma idéia,estratégia ou boa prática, pode ajudar a toda uma comunidade de empresas, de uma dada região, estado, ou país fazer frente à concorrência de outras regiões,estados ou países. O bom senso deve nortear o que, quando, quanto, onde, como,com quem e porque compartilhar determinado conhecimento para que certo grupo de profissionais ou empresas possa se autoproteger ou otimizar processos. A cooperação possibilita resultados que uma empresa sozinha levaria mais tempo e teria maior dificuldade em alcançar.