Embora todas as coisas possam ter um sentido, bem poucos se interessam pelo sentido que as coisas possam ter. De modo geral, as pessoas estão, quase sempre, muito ocupadas para prestarem atenção em qualquer outra coisa que lhes fuja, completamente, ao vínculo pessoal. Suas interações com o mundo são como bumerangues. Todo o esforço empreendido em pensamentos, poses e palavras, carrega em si a expectativa ou, ao mínimo a esperança, de um retorno positivo, em direção a si mesmas, em termos de benefícios que lhes aumentem a autoestima e a autoconfiança.
O homem é o centro e atrai para si tudo quanto puder, com vistas ao lucro pessoal, à manutenção e crescimento de sua influência e poder sobre os demais e, também, à preservação da pele e da prole próprias. Se assim não for, como explicar o fato de ser o homem a única macrocriatura a passar dos 6 bilhões de almas viventes, sobre a face da terra, enquanto leopardos, ursos e gazelas minguam sem remédio? Obviamente, porque os homens vêem em si, total prioridade! Sem dúvidas, deve haver muito mais do que esses 6 bilhões de indivíduos, se considerarmos os ácaros, as formigas ou os protozoários! Contudo, esses tais, passam ao largo da percepção do sapiens comum, pois este julga que, em nada, tais ínfimas criaturas lhes interfere em sua caminhada ao totalitarismo do self!
Tal pensamento seria um equívoco? Quem sabe, se tomarmos por base os posts do facebook, por exemplo! Quantos ‘selfs’ teremos para cada ‘outselfs’ ou para cada ‘others’? Nada passa despercebido àquele que deseja atrair ou ser atraído em direção ao prestígio entre os de sua espécie. A vida parece curta demais para que se preocupe com o futuro de qualquer outro, que não seja tal e qual ao que se julga o cerne de todas as coisas, ou seja, ele mesmo. Quando os sapiens se matam, geralmente, é porque um não vê no outro, verdadeiramente, um semelhante! Ou não?
Enquanto isso, não há uma folha sequer, que venha ao chão sem estar carregada de intenções e significados. Não há flor que desabroche, não há graveto que estale ou gota de orvalho que serene; não há cuitelo que voe, nem cigarra que cante ou cobra que rasteje; sem uma razão de ser! Não há chuva que caia, nem rio que vaze, nem terra que estremeça, nem estrela que brilhe, nem vento que sopre, vazios de porquês! Contudo, ao que me parece, ao homem, basta o próprio homem!
Será?
OBS: Me perdoem a demora. Tive o privilégio de visitar Taiwan, entre os dias 8 e 14 de Fevereriro, a convite do Taiwan Trade Center, com o propósito de vistar alguns fabricantes de máquinas, para posteriormente escrever sobre estes na revista Manufatura em Foco, veículo do qual, tenho a honra de ser editor. Por conta da preparação para a viagem e o acerto das pendências em meu retorno, me atrasei. Por outro lado, expandi minha cultura e o meu espírito! Grande abraço a todos vocês a quem tanto respeito e quero bem!
Marcondes 26 de Fevereiro de 2015 01:51
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