Felicidade e infortúnio não existem por si mesmos. O que dá vida a esses distintos estados emocionais é a interpretação que cada indivíduo faz de um determinado fato. Assim, uma ocorrência que pode levar tremenda tristeza e apreensão a um, pode ao mesmo tempo, causar irrefreável êxtase ou apatia a outro. Porém, o fato por si mesmo, não tem qualquer pretensão de promover tristeza ou alegria a quem quer que seja. Fatos são fatos! ‘Não pensam. Logo, não existem!’. Quem dá vida ao fato e o converte em algo bom ou ruim é a maneira como as pessoas se posicionam diante dele. Por esse motivo, quem confere ânimo ou desalento a uma pessoa, em face de um determinado fato, não é o fato em si, mas a interpretação que essa pessoa faz do mesmo e o quanto foi preparada para enfrenta-lo.
Alguém já disse uma vez que, para quem só tem um martelo, tudo o que se lhe opõe parece ser prego. Assim sendo, esse alguém, não consegue elaborar outro modo de superar qualquer contestação que se lhe afronte, além da martelada. Quanto menos sábia, culta ou versátil for uma pessoa, mais tenderá ao martelo. De certo modo, a educação recebida, desde a mais tenra idade até a adolescência, além da capacitação à liderança que tenha recebido, irá compor a caixa de ferramentas de cada indivíduo. Quanto mais rasa for a capacidade de argumentação de alguém, tanto mais cedo partirá para a ‘porrada’, pois é muito comum acionar a força, quando falta a autoconfiança, a autoestima, a diplomacia e a inteligência.
Basta um argumento melhor elaborado em contrário, para que o homem das cavernas solte seu urro, bata sua clava na mesa e a todos faça sentir o cheiro de sua urina forte, já impregnada em cada recanto de sua jurisdição. O pior é que, em um mundo tão capitalista, uma pessoa dessas, dificilmente, será desnudada na assembleia dos nobres, em face de seus impropérios, enquanto os números gerados por ele, ou melhor, por seus oprimidos, forem azuis da cor do céu. Para as grandes corporações, embora note-se algumas mudanças em anos mais recentes, o que mais importa são os resultados, não os meios! Caso algum vassalo se revolte, será considerado infantil e despreparado para a dura e típica vida de qualquer savana organizacional.
De modo geral, as atitudes das pessoas se embasam em suas crenças e convicções mais fortes. Por conta disso, um líder criado sob a égide do “manda quem pode, obedece quem tem juizo”, sempre enxergará como melhor caminho para a obtenção de resulatados a imposição . Para uma organização que concebe liderança como uma questão de força e virilidade, dificilmente alguém sem um pênis chegará a ocupar posições mais destacadas, nem receberá salários à altura de seu mérito, pois conta mais os urros, as presas e as garras do que as sutilezas da alma. Quanto mais ampla for a visão de um imperador, mais ele decidirá em favor da meritocracia e da imparcialidade, independentemente da altura do salto do sapato de seus súditos!
Marcondes 10 de Março de 2015 02:22
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