A maioria das pessoas que almeja alcançar um nível de bem estar ideal para si e para a respectiva família, sabe que é necessário investir tempo e esforço no desenvolvimento de certas habilidades e competências, que lhe permita executar serviços ou produzir bens necessários à sociedade, para que alguém, dessa sociedade, se disponha a pagar um certo montante de dinheiro em troca de tais bens ou serviços!
Antes de se prosseguir com o raciocínio no entanto, cabe levantar uma questão! O que é bem estar ideal? Haveria um ideal absoluto ou a cada indivíduo cabe um ideal diferente? É correto afirmar que alguém que almeje um ideal medíocre é um conformista e quem anseia altos padrões de conforto é ganancioso? Qual seria o ideal dos ideais?
Tudo na vida tem um custo. Quanto custaria, não apenas em termos de tempo, dinheiro, esforço físico e mental, mas em termos de qualidade de vida, para se chegar a um máximo ideal? Esse bem estar máximo idealizado pelo cabeça, pelo líder, corresponderia ao que o restante da família considera como o máximo do bem estar? Se não! Será que alguém não poderia torrar toda uma vida em busca de um ideal e, no fim de tudo, ainda contemplar descontentamentos e semblantes caídos no próprio entorno? Alguém que pensasse apenas no próprio ideal, poderia ser considerado egoísta? Alguém que almejasse o ideal coletivo, poderia ser considerado um comunista? Talvez o ideal seria evitar os extremos. Alguém que vive das ponderações médias, poderia chegar ao máximo da felicidade?
De modo geral, as pessoas fazem seus investimentos com base nos modelos mentais que os orientam. De que maneira tais modelos se fixam na mente dessas pessoas? Por exemplo: Se considerarmos os administradores atuais, será que seus modelos mentais teriam alguma base de raciocínio fundamentada em alguns princípios pregados por Taylor, Ford, Tofler, Drucker, Kotler, Porter? (Apenas para citar alguns). Estariam tais gurus absolutamente certos? Tudo o que pregaram ou pregam, resulta no bem estar ideal das pessoas e suas respectivas famílias? O bem estar ideal depende exatamente do quê? Dinheiro? Posição social? Status Quo? Bens materiais? Não se está pregando nada aqui! São apenas perguntas. Ah! Sim! O bem estar ideal contemplaria também ser amado e poder amar? Já que o tema foi levantado, o ‘amor’ pode ser comprado? (“Amor” não prazer). O “amor” comprado, seria de fato ‘amor”? Alguém que não viva um amor verdadeiro, poderia ser de fato feliz? Ou viveria apenas a ilusão de pensar que é feliz?
Tem lógica dizer que uma sociedade fundamentada no consumo pregaria desde o berço que o bem estar ideal pode ser comprado, que resume-se no possuir bens? Tipo: Trabalhe cada vez mais e, por favor, nunca pare de comprar! Ah! Sim!! E de pagar também! Contudo, que bens materiais poderiam servir para elevar uma pessoa em espírito, garantindo-lhe um semblante sereno na eternidade? Quantos estariam sacrificando toda uma vida com excesso de trabalho, duplo emprego e horas extras, apenas para financiar um consumo que nunca tem fim? É tanto trabalho e tanta pressão material que alongar-se 5 minutos para saborear um café com um amigo, torna-se um desperdício! Cumprimentar os colegas e desejar-lhes um bom dia de trabalho, pessoalmente, pela manhã, pode custar até 20 minutos de tempo produtivo! Ao que parece, o mundo urge pelo labor e , talvez, nada pela felicidade! É possível ouvir daqui o urro cético dos capitalistas incapazes de acreditar que um ambiente mais humano e feliz possa também ser igualmente produtivo! Danem-se as esposas, os maridos, as mães, os pais, os filhos, que fiquem com as migalhas de energia, com o resto, com os detritos de tempo que sobraram para eles no final do dia! Reclamariam de quê, se o consumo está garantido!?
Todas estas questões pairam no ar, não vêm de mim, vem do cosmos, do bom senso, do universo, da Grécia antiga, porém, só são audíveis a quem separar algum tempo para aquietar-se!
Marcondes 31 de Janeiro de 2014 02:01
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