Todo bom resultado obtido sem qualquer investimento, pode ser considerado um mero acaso. É até possível que boas coisas possam nos ocorrer pela Graça Divina ou por meio de um milagre, em reposta às nossas orações, por exemplo! Porém, mesmo nesses casos, é necessário fazer a parte que nos cabe. Para aquele aluno que nada estudou para o exame de geografia, pouco valerá, posteriormente à prova, pedir à Deus para que faça com que a capital do Rio de Janeiro seja Florianópolis! Ou seja, nada valerá a fé para o vagabundo!
Faça a lição de casa, estude com fervor, com desejo de aprender, dê o melhor de si na elaboração das respostas e, em paralelo a tudo isso, peça ao Criador que o abençoe com a nota necessária e ela ocorrerá! Embora não tenha lido isso em lugar algum, aprendi com a vida, que as grandes vitórias se dão nas ocasiões em que razão e emoção se interceptam.
Talvez, por ser eu um professor universitário e, ao mesmo tempo, um executivo, que há décadas vem se alternando entre essas duas atividades e estendendo a jornada de trabalho do dia para a noite, consigo ver muita similaridade entre ambos ambientes; a escola e o mercado. Se na escola quem avalia o desempenho do aluno é o professor, quem avalia o vendedor no mercado é o cliente. O professor agracia o bom aluno com a boa nota e o cliente regala o bom vendedor com o pedido de compras. Quanto melhor o aluno, maior a nota, quando melhor o vendedor, maior é o volume de vendas.
Em períodos de escassez de mercado como esses que temos vivido, desde 2009, todos sabemos que o nível de pressão por resultados aumenta demasiadamente e, quando esses não vêm, as consequências resultam no enxugamento das estruturas, queda na lucratividade, desemprego, inadimplência, entre tantos outros males.
Nessas ocasiões, tudo se torna mais difícil, comparativamente a ficar de exame em matemática financeira ou cálculo diferencial. Todavia, há séculos, grandes pensadores já descobriram e desenvolveram soluções algébricas para, praticamente, todos os grandes desafios dessas disciplinas, cabendo a nós ─ como bem disse o professor Clóvis de Barros em uma entrevista na TV ─ apenas aplicar tais soluções. Ocorre, no entanto, que a maioria dos alunos não estuda, não faz a lição de casa! Quase sempre o problema não é falta de recurso, de informação ou de conhecimento, trata-se muito mais de falta de brio, falta de atitude!
Todos sabem que a matéria é difícil. Todos sabem que a disciplina reprova muitos todos os semestres. Todos sabem que será oportuno não faltar às aulas. Todos sabem que será bem melhor revisar a matéria e fazer todos os exercícios de reforço. Todos sabem que devem estudar um pouco por dia e umas duas horas por final de semana. Entretanto eu pergunto: Quantos o fazem?
Assim sendo, encare o mercado, encare seus clientes estratégicos, enfrente seus concorrentes como o aluno Caxias encara os cálculos de física, de termodinâmica, de mecânica dos fluidos! Não saia de casa para vender como sempre vendeu e pense que continuará vendendo. Estude as necessidades e carências de cada um de seus clientes estratégicos. Estude as ações da concorrência. Elabore orçamentos mais claros. Pense em maneiras de ajudar o cliente a ser mais econômico, mais lucrativo, mais competitivo. Seja um mestre, ensine o cliente a fazer mais dinheiro, gerar mais lucro a ser mais capaz de conquistar mais pedidos dos clientes dele e você será um vendedor nota 10!
Use toda a emoção proveniente do bom relacionamento desenvolvido ao longo de anos de bom atendimento, mas jamais; jamais abra mão da razão de um relatório econômico bem feito, de uma apresentação técnica espetacular onde, não só a superioridade do teu produto e da tua oferta se evidencie com números e fatos, mas, antes disso, da tua superioridade profissional como especialista na aplicação do produto que vende.
No dia em que você fizer tudo isso e não conseguir vender, provavelmente, o apocalipse já estará em curso e daí…! Bem meu amigo! Daí, tanto fará vender ou não vender, pois nem as baratas sobreviverão! Contudo, reza a lenda que os justos serão salvos e você, provavelmente, estará entre eles, pois não me ocorre à lembrança algum santo ou anjo acomodado que tenha herdado o paraíso!
Marcondes, 13 de maio de 2016 03:12