Grandes realizações escapam às pessoas, muito mais pelas dificuldades imaginadas do que pelas reais. A mente é tanto uma poderosa aliada, quanto uma voraz devoradora de sonhos. Quando teme a derrota em excesso, de certa forma, a antecipa. Quando confia, exageradamente, na vitória, incentiva riscos desnecessários, o que, de igual maneira, também pode resultar no insucesso. Tanto a presunção, quanto o auto depreciação em nada contribuem para a felicidade do homem.
A arrogância da presunção dá força aos oponentes, que passam a entregar o máximo de si, pelo simples e natural prazer, que as pessoas, em geral, sentem de ver um arrogante se dar mal, antes que se torne mais um líder egocêntrico a ser obedecido. Por outro lado, a fraqueza da auto depreciação inibe e imobiliza todo o potencial de vitórias e conquistas de quem assim proceda. Do que vale uma cabeça recheada de sonhos e desejos quando falta coragem para tomar as decisões necessárias e se o amargor da decepção sobrevém, antes mesmo de se começar a fazer o que precisa ser feito? Ou seja, antes que o “não” seja, de fato, pronunciado, já é ouvido por antecipação, ainda que seja apenas um pressentimento infundado.
Entre um extremo e outro, a experiência sugere como alternativa de maior chances de êxito o equilíbrio! No lugar da presunção, a coragem e, em vez de, auto depreciação, a humildade. Ao invés de agir por impulso, pura e simplesmente, pensar e planejar. Colher informações, analisar possibilidades, definir abordagens e estratégias, decidir e agir. Prever possibilidades de ajustes e correções de curso, para refinar posicionamentos ou mesmo para preservar uma saída honrosa, tanto para si quanto para o oponente, se a situação envolver alguma disputa, por exemplo. O equilíbrio implica, também, em não pensar de mais, nem de menos, mas o suficiente. Para isso, considere o que for vital e aja na direção dele.
Algo a ser ressaltado é que a felicidade, muitas vezes, contempla pensadores medíocres que, efetivamente, executam seus planos e vão evoluindo ideias, aperfeiçoando processos, aprendendo com a prática e ganhando experiência ao longo das implementações, deixando à margem da vida, pensadores brilhantes, que se alimentam de vislumbres, possibilidades e teorias, contudo, vivem de elucubrações estéreis, pelo fato de nunca tirarem seus magníficos planos do campo das ideias. Pensamentos são abstratos e só podem gerar resultados satisfatórios, prazer e riqueza, se forem convertidos em ações no mundo real! Já que a intenção conduziu à ideia de colher as flores do jardim, não pode, agora, faltar a coragem de entrega-las à musa desejada, ainda que for para ouvi-la dizer que gosta mais das vermelhas. Um ato pode ensinar e valer mais do que mil pensamentos!
Marcondes 24 de Julho de 2014 01:46