Afrodite era um deusa linda e maravilhosa, que a todos seduzia e a todos se entregava por puro amor, pois amava a todos os homens de igual maneira e não podia pertencer a nenhum deles. Era uma deusa e como tal, pertencia a si mesma. Não era uma prostituta, pois não trocava sua beleza e carícias por dinheiro ou qualquer outro tipo de favores. Sendo deusa era imortal e tinha acesso próprio a tudo quanto desejasse ou necessitasse. Além disso, simplesmente, era capaz de encontrar suficiente beleza e virtudes em cada indivíduo, independente de quem fosse ou de que origem viesse, para entregar-se a ele de todo o coração. Enxergava-lhes a alma. Saciava a todos por puro amor. Jamais por prazer! Não podia ser acusada, presa ou vítima de algum crime passional, pois sendo deusa era imortal. Era de todos e ao mesmo tempo de ninguém e nada podia afetá-la, nem a idade, nem as enfermidades. Era eterna e linda. Ninguém poderia vangloriar-se de tê-la conquistado, ou casar-se com ela, pois era de todos quantos dela se aproximassem. Era casada sim com a humanidade. Seu trabalho era amar. O desafio maior de cada varão era contentar-se em saber que poderia gozar sempre de seus favores, porém, ser dono, nunca!
Simplesmente irresistível, certa vez comoveu-se ao ouvir de um homem, sincero, hétero e viril, que lhe disse que a ele bastava a grandeza de poder contemplá-la e maravilhar-se com sua magnífica beleza, pois a seu ver, tocá-la caberia, por justo mérito, a algum outro deus de igual estirpe. Disse, que já lhe era um enorme privilégio poder deitar os olhos em tão extrema beleza! Para ele, sendo um mortal, lhe soava indigno e impuro tocar tão extraordinária feminilidade!
Se todos fossem lindos de origem, não haveria razão para que a nobreza de certas virtudes pudessem se aflorar! Quem se deixa escravizar pela beleza, afoga-se na mortalidade. Tudo o que é mais elevado se aproxima mais da verdadeira beleza.
Marcondes 04 de Janeiro de 2014 00:58
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