Flores?! Em um mundo organizacional e globalizado, tão competitivo, é natural que as pessoas estejam cada vez mais focadas nos resultados operacionais, na lucratividade, no giro de estoques, no crescimento do faturamento, na entrada de pedidos, nas contas a pagar, nas contas a receber, na depreciação dos ativos, na amortização dos custos de investimentos, na rotatividade de facionários (turnover), na evolução no market share (participação de mercado), no share of mind (índice de lembrança da marca), na redução dos custos de administração e vendas, na produtividade, na eficácia logística, no cumprimento das metas sazonais, no planejamento estratégico do próximo período, no estreitamento do relacionamento com os clientes, no plano de carreira, na conquista de metas materiais e pessoais. Outras pessoas, além disso, se preocupam, também, com a entrega dos trabalhos de conclusão de cursos de graduação, de pós-graduação, dos MBAs ou ainda com a execução das lições pendentes do curso de línguas e, quando sobra algum tempo, pensam em……..! Bem! Não pensam em nada; o que já é um refrigério; mas, na maioria das vezes, não sobra tempo para pensar em qualquer outra coisa. Em verdade entregam-se, ou melhor, são tragados pelos tantos compromissos organizacionais e profissionais, que lhes são impostos pelo modelo capitalista de viver, contudo, em um mundo onde tudo é fumaça, ser mais uma molécula de monóxido de carbono não deve ser assim tão ruim ! Trata-se de um turbilhão que distorce valores e arrefece paixões, exaurindo forças, embranquecendo cabelos, embaçando a vista, assim, enxugando o ânimo de quem pudesse esperar por um olhar mais demorado, um sorriso sincero, um abraço fraterno, um suspiro, uma reflexão, uma conversa descontraida e algum tempo para contemplar as crianças que crescem, as flores que desabrocham e as antigas amizades que já se vão ao longe, como garrafas atiradas ao mar. Tal qual ovelhas sem dono rumam deserto adentro, sem se dar conta do quanto se afastam da fonte de água fresca chamada “tempo para amar”, ou seja, “tempo para priorizar o que, no futuro, mais poderá fazer falta” !
Toda mudança começa em uma reflexão.
Marcondes, 12 de novembro de 2012.
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