Amado Mestre! Os céus devem estar de brincadeira! Saiba que essa foi a piada mais chata que ouvi desde quando tu inventaste o humor, na minha vida adulta, pois antes de ti, só Arrelia, por quem a criança, que habita em mim, também já chorou a pouco tempo atrás. Em um país de tanta desigualdade, alguém como tu, que democratizava a graça, não deveria partir assim tão prematuro, pois 80 anos para alguém da tua estatura é como se ainda fosses um bebê! Quem é esse que virá me fazer rir de mim mesmo, da minha própria condição de otário, em mundo de tantos espertos? Quem é esse que virá resgatar os aposentados do riso? Quem será o palhaço, que com tanta humildade e sabedoria, me fará rir da pobreza de espírito, da vaidade e da arrogância, de todos aqueles que poderiam tornar a vida de tantos mais divertida, mas não o fazem? Quem me fará rir sem ser pastelão, sem ser chulo, sem ridicularizar o alheio, sem apelar por demais ao sexo? Quem será esse meu mestre? Às vezes me passa que criaste o humor e jogaste a receita fora! Gostaria muito de te pedir para voltar, mas os anjos vão ficar muito sem graça e já que tu tens mesmo que partir, só me resta te dizer: Tudo bem mestre, seja lá para onde for, vai feliz pelo legado que deixaste e, quando chegar lá, “Ripia Raimundo”!!!
4 comments on “No scrípt da vida há momentos sem vupt!”