Ouvi de Aryoldo, um amigo, que o presente é uma infinitésima fração de tempo, onde delta “T” tende a zero, ou seja, um sub nano segundo, um imensurável ponto, que separa dois hemisférios; o passado, onde se sedimenta tudo o que fomos e fizemos; e o futuro, que nos reserva espaço, para o que faremos e poderemos ser. Preso a esse ponto, surfamos de trás para frente em linha reta , a equilibrarmo-nos na prancha das escolhas que fazemos. Os anos passam como o vento, levando consigo tantas oportunidades, não se sabe se melhores ou piores, todavia, fica-nos o desdobramento originado naquelas oportunidades pelas quais optamos. Tão rápido flui o tempo que nos é impossível experimentar tudo quanto anseia nossa alma. Por outro lado, podemos nos deleitar muito mais, quando sonhamos. No mundo imaginário o tempo é um círculo, e o presente é um ponto que se desloca sobre ele, para frente ou para trás, podendo nos por em presença tanto do futuro, quanto do passado, nos trazendo de volta o que deixou saudades e nos revelando hoje o futuro que podemos ter. Se nos afastamos em direção ao passado encontraremos a gênesi do futuro. Se aceleramos em direção ao futuro chegamos ao princípio do que será o passado, mas sem, de fato, termos saído do lugar. Quem vive só a própria vida imagina e sonha pouco, mas por meio da literatura é possível adicionar outras vidas àquela que já possuimos, logrando assim, viver também o que viveu Pessoa, Ghandi, Luther King, Homero, Checov, Napoleão, Einstein, Clarice, Machado, Cristo e tantos outros mestres, ampliando deste modo a própria capacidade de sonhar. Bons livros alimentam a alma e elevam o espírito de quem almeja realizar mais, no pouco tempo que tem.
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