Por falta de zelo, apagaram-se as velas!
Quando uma vela se apaga, apaga-se também uma esperança, um sinal, uma luz, um sonho, uma expectativa. O homem que pensa que tanto sabe, mal sabe viver a vida. Como poderia, então, entendê-la ou explicá-la. Sendo assim, se tão pouco sabe-se e tão pouco investe-se em saber da vida, como poderia, pois, compreender a morte, pela qual ainda não passou?
Em busca do significado das coisas, jubila-se o homem, quando o encontra, tanto quanto enlouquece, se lhe passa o contrário. Todo aquele que busca o sentido do que acontece, apenas, à altura de seu próprio conhecimento, pode não encontrá-lo, pois há motivos que extrapolam tanto a chama, quanto a fumaça.
Nenhuma vela tem o poder de acender-se a si mesma, embora, às vezes, possa o contrário. Receber a luz é uma graça, digna de risos e cânticos, perdê-la é uma dor que só o tempo e o pranto podem acalmar, mesmo que se tenha a consciência de que apagar-se é a sina de toda vela. Ora apaga-se pelo vento, ora pela falta de oxigênio, ora porque umedeceu-se o pavio, ora porque queimou-se toda a parafina. Sem luz, o apaixonado não pode ver-se refletido no olhar da mulher amada e nem a cor do vinho que lhes celebra o encontro. Sem luz o taberneiro não pode contar seu merecido lucro ou, quem sabe, ensoberbar-se dos frutos de sua ganância. A luz vem antes de tudo. Sem ela, só nos resta a dor e o pesar!
Marcondes 28 de Janeiro de 2013 01:22