A pior mentira é o autoengano!

1 SindromeGrande tesouro é encontrar a justa medida. Para se ter plena consciência do próprio potencial, é preciso interpretar, adequadamente, o julgamento que se faz de si mesmo. Pois a convicção pessoal é, quase sempre, influenciada, não só pelas próprias crenças, quanto pela opinião e crenças do grupo de referência que cerca cada indivíduo. Por sua vez, tal grupo pode, também, estar sendo tendencioso por questões culturais, morais, partidárias, associativas, correligionárias, classistas, preconceituosas e assim por diante. Reserva-se aqui, obviamente, a possibilidade de que existam grupos equilibrados e absolutamente precisos em seus julgamentos. Deixo ao leitor o juízo do percentual de quantos grupos devam ser assim isentos.

Quase sempre, a crença coletiva influencia em demasia a crença particular. Se não houver firmeza e um elevado grau de autoconhecimento, tanto quanto, uma perfeita compreensão das características e interesses do entorno coletivo, um indivíduo pode não alcançar suficiente clareza para corrigir possíveis vieses, quando for julgar as próprias competências. Assim, o verdadeiro potencial de uma pessoa consolida-se na capacidade que, de fato, tem e não naquela que imagina ter. O talento que alguém acredita possuir, origina-se daquilo que ela pensa de si mesmo, somado àquilo que ela crê  que as demais pessoas – principalmente, aquelas a quem dá importância – pensam sobre ela.

É muito raro que alguém seja exatamente o que acredita ser, já que a imagem pessoal, muitas vezes, não é criada com base na realidade, mas sim nas crenças particulares de cada indivíduo. Ocorre que as crenças sobrepõem-se aos fatos, uma vez que a maioria, se não a totalidade, das emoções originam-se das crenças e não de qualquer outro fator. A menos que uma pessoal tenha sido emocionalmente educada e esteja plenamente preparada para examinar tudo com lucidez e isenção, acabará sendo influenciada pelas emoções, quando do julgamento que fará de si mesma. Se sonho com fantasmas, acordo suando e com o pulso acelerado, não porque tais fantasmas, de fato,  existam, mas porque cri que existiam, enquanto dormia e sonhava!

Outro ponto a considerar é o desejo, provavelmente natural, de ser justo, para merecer justiça. Se uma pessoa é promovida a um cargo para o qual está apta, porém acredita estar aquém do mesmo, ou ocupando o lugar de alguém mais competente, sente-se compelida a compensar a empresa, ou aqueles que a promoveram, de algum modo. A fim de sentir-se bem consigo mesma, impõe-se a necessidade de entregar-se ao trabalho, mais do que seria justo, por conta do déficit, que julga possuir, ainda que, em verdade, não o possua! Levado pelo raciocínio da justa compensação, trabalha feito louco e vive de serões, para sentir-se justificada de ocupar uma posição que, no fundo de si mesma, pensa não merecer. Manfred F. R. Kets de Vries chama a esse sentimento de “síndrome do impostor”. Ainda bem que você não se enquadra nesse grupo, não é mesmo? Não tenho dúvidas de que você trabalha mais pelo puro prazer de trabalhar! Mesmo que lhe paguem apenas oito; as outras quatro horas excedentes de serão, são  meramente circunstanciais, embora, costumem ser um tanto frequentes na vida de muitas pessoas. Será que não?

Para finalizar, é imprescindível reforçar o poder da fé. “De tanto acreditar em uma mentira, ela torna-se verdade”. Não posso me privar de ponderar sobre o contrário, ou seja: “De tanto negar uma verdade, ela passa a ser uma mentira!”, se não como realidade, ao menos como falsa percepção. Não é porque o gato dorme no forno que se torna pão! Ocorre que no mundo dos fenômenos inexplicáveis, há quase sempre, como pano de fundo, a fé! Parafraseando Sócrates (não o do Corinthians) o melhor a fazer é: “Conhecer-se a si mesmo, depois aos outros, depois ao mundo e ao universo ao seu redor, para, quem sabe, um dia estar bem mais próximo da verdade dos deuses”. É possível que aquilo que aqui se prega não te faça qualquer sentido. Se assim for, me perdoe, me empenharei mais para trazer-te algum benefício oportunamente. Tuas críticas e sugestões poderão ajudar me a nortear minhas pesquisas e próximos textos.

Grande abraço!

Marcondes                11 de Novembro  de 2013               excepcionalmente às 16:18 hs

 

 

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