De modo geral, nossa educação privilegia mais o individualismo. Desde pequenos somos incentivados a nos destacar de todos os demais. Se, ao contrário, fossemos desde crianças incentivados a compartilhar os méritos, se recebêssemos um reforço positivo toda vez que agíssemos em grupo, que fôssemos éticos, que respeitássemos ao próximo e ao meio ambiente, é possível que o nível de competitividade das empresas atualmente fosse, no mínimo, muito diferente e , provavelmente, muito superior.
Em um mundo organizacional tão competitivo é possível que os piores inimigos de uma empresa não sejam os concorrentes externos, mas sim os concorrentes de dentro da empresa. Se a liderança não for suficientemente hábil para criar um ambiente amistoso, as disputas internas por poder, costumam sugar muita energia que deveria ser utilizada na construção de estratégias vencedoras, capazes de encantar clientes e multiplicar resultados.
Segundo Lars Bursche, um amigo e meu ex-diretor, quando se tem um ambiente amistoso, 100% da energia de cada um é concentrada no trabalho, contudo, quando paira no ar um clima de disputas e revanchismos, apenas 50% dessa energia é orientada ao trabalho, os outros 50% é dedicada a ações de defesa ou ataque aos desafetos.
Há pessoas que por sua própria natureza e reflexão chegam a essa conclusão, contudo, nada como uma organização consciente desse fato que entenda a necessidade de se investir adequadamente na criação de equipes cooperativas e felizes. Existem inúmeros livros de endomarketing, também chamado de marketing interno, que podem oferecer ideias e ações interessantes para os gestores que não sabem por onde poderiam começar.
A empresa precisa investir em ações que façam seus colaboradores se tornarem aliados de seus projetos, sonhos e previsões. Desenvolver o espírito de equipe tornou-se uma grande indústria de DVDs, filmes, palestras, seminários, consultorias, assessorias e outros tipos de abordagens e orientações, que podem ser um começo, contudo, o êxito sempre se consolida pela ação contínua e bem orientada da liderança.
Os gestores, por princípio, antes de pensar no que fazer para “motivar”, deveriam começar pensando que ações tomar para “não desmotivar” o seu grupo de liderados. As pessoas, em sua maioria, estão motivadas quando começam a trabalhar numa determinada empresa. Apesar do nervosismo habitual, tudo, nesse momento, costuma estar ligado a pensamentos positivos. A desagregação surge, na maioria das vezes, por questões emocionais mal resolvidas e à medida em que falte a intervenção precisa e adequada da liderança na solução de pequenas divergências que podem, com o tempo, se tornar uma “bola de neve”.
Nesse sentido, é muito importante que todos tenham bem claro quais são os valores e os propósitos da companhia e como esses devem orientar todos os comportamentos. Clareza, transparência e bons feedbacks costumam ser muito úteis neste sentido. Por “panos quentes” ou retardar uma intervenção só adia o problema e tende a torná-lo maior. É muito importante que os gestores aprendam a criar ambientes, ritos e celebrações que incentivem mais as ações conjuntas do que as individualidades.
Há muito o que falar sobre esse tema, continuaremos depois.
Abração e boa semana a todos!
Marcondes. 01 de Abril 2013 00:42
12 comments on “Individualidade vencer é um acaso!”