Um bom profissional que não aparente assim o ser, pode perder oportunidades. Há casos de pessoas que trabalham há anos em uma empresa, ocupando uma mesma função, possuem grande experiência no que fazem e nunca são promovidos a um cargo mais elevado. Por quê? Ocorre, que antes de ser o que desejam ser, digamos supervisor, gerente, diretor ou presidente é preciso parecer-se com um. Para que algo se consolide no mundo real é preciso que esteja consolidado antes no pensamento.
Alguém que ambicione ser promovido a gerente, deve antes começar a pensar como tal e adotar uma compostura que seja compatível com suas aspirações, ou seja, só ter competência técnica não basta, é preciso, também, ter competência política, além do perfil comportamental que o cargo naturalmente exige. Se a cultura de uma empresa valoriza a sobriedade, a elegância e o equilíbrio como atributos indispensáveis aos seus executivos, um funcionário mais expansivo e extravagante, seja no falar, no vestir-se ou no modo com que se relaciona com as demais pessoas, clientes ou não, pode não cair no gosto de quem tem o poder de promovê-lo.
Um profissional expansivo, extravagante, brincalhão poderia fazer um enorme sucesso como dono de seu próprio negócio ou em alguma outra empresa onde o padrão dos executivos da alta cúpula pendesse para esse perfil, mas dificilmente chegaria a cargos importantes em uma empresa que valorizasse o contrário.
Adaptar-se ao que a empresa valoriza, por outro lado, poderia fazer com que um candidato, mais adverso a um cargo elevado, perdesse a naturalidade. Agir de modo artificial, para muitos, é como calçar um sapato menor que o pé, produz bolhas na alma. Submeter-se a tal sacrifício fica a depender, portanto, do que se julga mais importante, o cargo ou a naturalidade. O problema é que a experiência mostra que viver fora do natural estressa mais e pode, com o tempo, resultar em uma gastrite ou crise de hipertensão, enquanto que sentir-se competente e nunca ser promovido, costuma gerar frustrações e crises de identidade.
Ante a tais constatações, o melhor é procurar o sapato que melhor se adapte ao seu pé cansado. Em um universo repleto de milhares de empresas e altas cúpulas, é quase impossível não haver um posto de liderança que se encaixe a esse ou aquele perfil comportamental, porém, competência técnica é um quesito de exigência quase unânime. Quando há exceções, não raro, trata-se de nepotismo (favorecimento a parentes ou amigos). Assim sendo, qualquer pessoa desejosa de crescimento hierárquico, em primeiro lugar deve ser competente em sua área de atuação, porém, logo em seguida, deve refinar a sensibilidade quanto à cadeia de valores subliminares, que regem as escolhas feitas pela empresa, onde anseia crescer, a fim de corrigir possíveis desvios de postura.
Um funcionário qualquer poderia pensar: mas qual é a postura exigida pela minha empresa, para o cargo que desejo ocupar daqui a 5 anos? Um meio de responder a essa pergunta é observar o comportamento e as atitudes daqueles profissionais que já chegaram a tal posição antes de si. Como se portam os executivos mais bem sucedidos dessa empresa? Utilize-os como fonte de referência e faça melhor. É também importante relembrar que o hábito faz o monge. A persistência em agir de um modo específico acaba por tornar-se natural a quem o pratica, assim, a perseverança e o foco em atitudes mais elevadas, acabam por elevar as pessoas.
Concluindo, se alguém deseja ser líder, deve primeiro conceber-se assim em seus pensamentos mais profundos, até que convença a si próprio de que foi talhado para tanto. Essa fé intensa refletirá em sua postura e em seu caráter e assim o colocará a um passo de um sonho realizado.
Tudo na vida é uma questão de escolha. É importante ter uma definição bem clara de onde se quer chegar. Para ser tigre é preciso estar preparado para os desafios do tigre. Por outro lado, há coisas que um gato faz e um tigre não é capaz de fazer. O que daria mais prazer, a versatilidade e leveza do gato ou a força e o peso do tigre?
Há no mercado empresas estáveis de baixa rotatividade de pessoal. Custa aparecer uma vaga no quadro de gerentes, contudo, uma hora ou outra ela surge. Supondo-se que haja 5 candidatos a promoção, que cumpram todos os pré-requisitos para o cargo, quem será o escolhido? Mais uma vez estaremos diante de um processo comparativo e aquele que além da competência técnica possuir também a melhor postura, aumentará em muito as chances de ser o felizardo.
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